Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores foi criado há 36 anos e já reduziu até 98% da emissão de poluentes
Desde 1º de janeiro deste ano, uma nova fase Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve), chamada L7, passou a vigorar com exigências ainda mais rígidas visando diminuir a emissão de poluentes no Brasil. Mas o que é o Proconve?
O Programa de Controle foi fundado em 1986 e, como diz o próprio nome, tem como principal objetivo reduzir os níveis de emissão de poluentes por veículos automotores para atender os padrões de qualidade sonoros e do ar.
Para cumprir com seu papel, o Proconve cria programas de inspeção e manutenção para veículos, e ainda colabora com melhorias técnicas nos combustíveis líquidos. Além de, também, ser responsável por trazer tecnologias que melhorem na redução da poluição.
Restou as fabricantes duas alternativas: investir em atualizações ou tirar os produtos de linha, como aconteceu com alguns carros da Fiat, Volkswagen, Honda, Caoa Chery, Hyundai entre outras.
A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), inclusive, chegou a pedir ao governo brasileiro que adiasse o prazo devido à pandemia da Covid-19 e a dificuldade das fabricantes para adequar seus veículos.
A partir deste ano, o programa inicia uma nova fase, que já havia sido regulamentada em 2018. Desta forma, a nova fase para veículos leves, chamada de L7, traz limites mais restritivos nas emissões dos gases de escapamento, mais sensores e controles, e uma exigência de durabilidade dobrada: de 80 mil para 160 mil km.
Entre as novidades estão o teste Real Driving Emissions (RDE), que mede os poluentes emitidos pelos carros enquanto circulam na estrada, e limites inéditos de evaporativos.
A diretora de emissões e consumo de veículos leves da Associação Brasileira Engenharia Automotiva (AEA), Raquel Mizoe, explica o processo: “Essa é a fase mais abrangente, por isso a gente espera uma redução bastante significativa, principalmente na evaporação. Isso porque os carros terão que ter um sistema que capta o vapor que sai durante o abastecimento, impedindo que esse vapor vá para o meio ambiente”.
Já a nova fase P8, para veículos pesados, inaugura a medição de número de partículas de poluentes. Na fase anterior, a P7, a medição era apenas em massa. Um novo teste, para verificar se os caminhões ou ônibus atendem a condições reais de uso, e não apenas laboratoriais, também faz parte do P8.
Além disso, esses novos produtos ainda terão que garantir emissões até 700 mil km, ou 7 anos, dependendo da categoria. “A diferença é brutal. A gente acredita que vá ter uma redução grande de poluentes”, diz Paulo Jorge, diretor de emissões e consumo de veículos pesados da AEA.
Desde a implementação do Proconve, há 36 anos, mais de 66 milhões de veículos leves foram vendidos no Brasil. Nesse período, as emissões de poluentes foram reduzidas em 98%.
Antes da criação do programa, a emissão média, por exemplo, de monóxido de carbono (CO) de um veículo leve era de 54g/km. Hoje, a média de emissão é de 0,4 g/km
Fonte: Autoesporte