Atravessar um trecho alagado requer atenção e técnica para não ficar parado no meio da água, colocando em risco alguns componentes do carro e também a segurança dos ocupantes. Para que isso não aconteça, veja uma série de dicas para você encarar um alagamento sem contratempos.
Ao se deparar com um ponto de alagamento, a primeira coisa a se fazer é analisar a situação. Se a água estiver a uma altura acima da metade da roda ou do vão inferior da porta, não arrisque, pois existe a possibilidade de o veículo não conseguir fazer a travessia completa.
Observe também os outros carros. Caso alguns já estejam parados no meio do caminho, permaneça em um local seguro e espere a água baixar, pois este é um sinal claro de que o trecho está intransitável.
No entanto, se os carros à frente estiverem conseguindo passar e o nível da água estiver a uma altura abaixo da metade da roda e do vão inferior da porta, as chances de superar o alagamento são boas.
De acordo com Erwin Franieck, diretor de pesquisa e desenvolvimento da SAE Brasil, um erro que não pode ser cometido é tentar atravessar um alagamento com correnteza. De acordo com ele, a força das águas pode arrastar o veículo, colocando em risco a vida do motorista e dos passageiros.
Para atravessar um alagamento – dentro das condições ideais, como descrito acima -, o ideal é usar a primeira ou a segunda marcha, e atravessar a água com o giro do motor constante e com a rotação por volta dos 2.500 rpm.
“Com o giro alto e constante, a água não consegue entrar pelo escapamento, que em muitos casos está submerso. Desta forma, o carro não “morre” no meio do caminho”, explica o especialista.
Mudar de marcha durante a travessia pode fazer com que o carro não chegue do outro lado. Isso porque no momento da troca, os gases que saem do escapamento podem não ter força suficiente para impedir a entrada de água no sistema.
Em algumas situações, quando o veículo está em segunda marcha e começa perder força, a redução para uma primeirinha pode impedir que o veículo fique parado no alagamento. No entanto, essa mudança deve ser feita sem que o condutor tire o pé do acelerador, tentando, assim, evitar que a água entre pelo escape.
Os carros automáticos merecem uma atenção especial. Segundo Franieck, não se deve atravessar um alagamento com o câmbio na posição D (Drive), pois o sistema pode efetuar uma troca de marcha, fazendo o carro perder força e permitindo que a água chegue ao motor pelo escapamento.
Para estes veículos, a recomendação do especialista é colocar o câmbio automático na opção que o motorista seja o responsável pelas trocas de marchas pela manopla ou pelas aletas atrás do volante (paddle shifts). Em transmissões automáticas mais antigas, a manopla deve ficar na posição L (Low), S (Sport) ou mesmo na posição 1.
Por conta de os discos de freio ficarem submersos durante a travessia, a capacidade de frenagem do veículo ao sair de um alagamento pode ser prejudicada. Por isso, nos momentos seguintes após vencer a água, evite situações de frenagens bruscas.
Caso a tentativa de cruzar o alagamento não foi bem-sucedida e o carro parou no meio da água, Franieck aconselha não tentar dar a partida no carro novamente, pois peças do sistema elétrico do veículo podem ter sido danificadas e uma pane causar danos a outros componentes, aumentando ainda mais o prejuízo.
Fonte: Auto Esporte